Não se pode mudar o passado mas pode-se escolher resgatar o lado bom dos acontecimentos, o rico aprendizado e conhecimento que se ganha com cada um deles, e passar a encara-los assim como recordações, a bela luz de uma estrela já morta... riscos do passado e rabiscos no presente.
domingo, 1 de junho de 2014
sábado, 31 de maio de 2014
Acompanhado da ausência
Faz-me companhia, é o que peço! Sou pedinte humilde, meu
caro, que não se importa com etiquetas ou rótulos, nem tão pouco com dissabores…
Abro a boca e aguardo ser alimentado pela tua história,
querendo mais é que o mundo acabe em páginas em branco para eu recomeçá-lo dos
alicerces da minha imaginação, numa dança de palavras que se encontram em
coreografia inusitada.
Serve-te de mim, do pecado aos bons costumes, paredes,
assoalho, no jardim da nobre casa apelidada redenção… e entre um gole e um
toque, peço que estreites laços, que ando faminto por carinho, e novidades...
assopra-as em meus ouvidos… inventa-as se for preciso, que hoje não me importo.
Hoje não!
Disseram-me que, se um dia me sentisse só, bastaria o sentir
para que viessem todos os sonhos descabidos e irrealizáveis, afetos
martirizados pelas mágoas, amizades interditadas pelo tempo e o espaço imposto,
sempre prontos a angariar o passado.
Acontece que hoje escolho a tua companhia, celebrando um
remate amansado…
Então, peço que fiques, puxa uma cadeira, senta-te e
sente-te em casa, em um lar que é teu e onde nos conseguimos tornar
proprietários de memórias na planta a serem construídas e usufruídas daqui a
muitos meses meses, pagamento parcelado com o maior carinho e sem juros.
Depois, podemos enveredar pelas estradas da partilha, das concessões, do
embrenhar dedos ousados em indicações de saídas mais do que necessárias, há
tanto tempo protelada pela ingénua… porém temida a caminhada rumo à novidade.
A novidade é que, ando mais à disposição do que jamais
estive. E quero tardes acompanhadas não apenas pelas chuvas de verão, mas
também pelo o olhar reconhecido, pelo o dizer sinceridades, até que haja, entre
nós, o mais próximo de uma verdade desinibida.
Neste agora sinto-me deixado de lado, ao avesso, e
reivindico salubridade, porque aprendi a comer em porções e a beber aos goles a
honra de estar vivo. E nesta vagareza, neste andamento diminuto, há o desejo de
conciliar lonjuras e aproximar sabedorias... De estar acompanhado por
companhia, e não pela falta que sinto dela, da saudade intrigada com a ausência.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
A insónia
Um quarto diferente, uma cama mais pequena e uma noite mais
escura…tem feito menos sentido as horas, enquanto eu reviro na cama de um lado
para o outro, lembrando dos fracassos, rejeições, e de tudo aquilo que tu não
contarias orgulhosamente numa roda de amigos. Tu, pois eu contaria. Quando não
espero mais por alguém nesta cama, eu até já sei que não vais chegar, mas isso
não significa que eu não considere a possibilidade de uma visita inesperada.
Todo este tempo e eu só queria ser surpreendido. É estranho quando nós escutamos
que alguém não dormiu a noite inteira, é cansativo quando ninguém escuta que tu
não dormiste a noite inteira. A noite não foi feita para dormir? Eu não fui
feito para descansar por algumas horas? Acho que a cama protesta, quando quem queríamos que estivesse
nela conosco não se manifesta. A insónia talvez seja uma voz que tenta fazer-te
acordar, mesmo que tua alma precise de descanso. Passei a noite em claro,
pensando se eu fiz a coisa certa, se eu agi da melhor maneira e não consegui
concluir nada…
Mas fez-me saber que eu ainda tenho dúvidas, que não me
sinto absoluto e preciso, que me devolvam o direito ao sono: ainda tenho o que aprender,
ainda preciso evoluir! Como seria mais justo se quando tivesse sono eu
dormisse, se quando sonhasse eu realizasse, se quando amasse eu fosse amado.
Mas se eu não dormi a noite inteira, não vai ser agora que vou voltar a sonhar
acordado. A vida não é como se sonha. Nem todas as noites tem sono, nem todos
os sono tem sonhos, nem todos os sonhos vem com o sono, nem toda escolha é
fácil. E eu já sabia que seria assim quando escolhi tentar ser um pouco mais
felizes. O nome é felicidade, não facilidade. Hoje, eu não dormi, mas o mundo
trouxe um novo dia. A vida continua sem mim, ela não me espera dormir. Pensando
bem, sempre há uma nova chance. E ainda bem que é assim (e sempre será). E
enquanto eu não dormia eu abri a janela e olhei para aquelas estrelas, que eu
sempre sonhei olhar contigo, e fiz delas o meu exemplo.
As estrelas um dia morrem, no entanto, a luz delas continua sendo vista,
viajando e levando luz pelas galáxias do universo. Concluí que elas são como o
amor. O Amor, sim, o Amor em maiúscula, é como as estrelas, se for verdadeiro,
não importa a distância, não importa o tempo, mesmo após o fim ainda brilha e
ilumina, ainda viaja pelo mundo levando novos sonhos a corações apaixonados, a
corações desesperançados, a corações que brilham, mesmo quando não batem mais
por um certo alguém.Acima de tudo, humanos!
No passado dia 18 de Maio foi o dia mundial contra a
homofobia e passou-me completamente ao lado (sinceramente nunca me lembrei
desse dia por pensar que já não fazia sentido existir). Talvez tenha sido
porque hoje em dia é tão natural ser gay, como ser louro. Ninguém quer saber da
tua orientação sexual para nada, se beijas a tua namorada na rua, se és homem e
te vestes de mulher, ou se uma criança tem dois pais, em vez de um pai e uma
mãe. Barcelona é completamente gay friendly e isso é das coisas que
mais gosto e acho maravilhoso. Uma cidade onde não existe diferença e todos
olham uns para os outros sem maldade ou exclusão, sim, ainda estamos a anos luz
de distancia em Portugal para acontecimentos deste tipo de acontecimentos mas
aos poucos as diferenças são notórias.
Não gosto de tocar neste assunto por diversas razões e uma
delas, é pelo o facto de ser tão normal que tudo o que se possa falar mais
torna-se excessivo. Ninguém fala tanto no abandono escolar, na violência domestica,
abandono aos animais… ninguém fala tanto em casamentos heterossexuais, em divórcios…
porque motivo se toca tanto neste assunto quando é tão banal? Se pensarem
estamos a falar de pessoas, seres humanos nada mais que isso!
Não irei tocar mais neste assunto e espero que as pessoas que o andam a
fazer, tenham um pouco de controlo na língua. Cada um faz a sua própria opção e ninguém tem o direito de oprimi-la. Homofobia não se justifica, combate-se e destrói-se. Somos todos iguais.
O que é demais também chateia.
Ser desempregado não é ter uma "boa
vida". Ter o "privilégio" de poder ficar na cama toda a manhã,
só é bom nos primeiros tempos. A verdade é que o descanso eterno, que desejamos
quando temos algo que nos ocupa, rápido nos cansa, rápido nos transporta para
uma espiral de inutilidade e desmotivação. Não temos o valor que achávamos ter.
Afinal, parece que a área que escolhemos para nos formar, e que acreditamos ser
importante e necessária, é apenas dispensável, um peso morto. Tudo aquilo que
ouvimos nos bancos da faculdade, a mensagem de que somos precisos, que na
cultura está o caminho e a salvação, não é mais do que uma grande mentira. Cá
"fora" percebemos que aos olhos da sociedade, dos empregadores, não
servimos para nada. Nada!
História da Arte é só "algo muito giro", ou que "deve ser muito interessante", não passa disso. Em Portugal, não passa disso. E eu caio na realidade sempre que envio um currículo e não obtenho resposta, ou me respondem dizendo "não, obrigado”.
É óbvio, que rapidamente qualquer pessoa na minha situação, ligada às artes e à cultura ou de uma outra área desacreditada, percebe que tem de se virar para outro lado. Somos muitos na mesma situação, não vale a pena acharmos que somos casos isolados, os desgraçados, os únicos tristes. Somos imensos, e isso é ainda mais preocupante. Bem, como eu dizia, depressa nos apercebemos que a missão Emprego na área em que me formei é uma causa perdida e enveredamos na missão Emprego num sitio qualquer, afinal as necessidade básicas do ser humano, obrigam-nos a isso, a trabalhar para ter dinheiro que, quer queiramos quer não, no nosso Mundo, é um bem extremamente necessário.
Uns, tal como eu, têm a "sorte" de viverem em casa dos pais, ou seja, de não terem despesas com alojamento e alimentação. Segundo alguns, não nos podemos queixar. Temos cama, comida e roupa lavada, uma vida de sonho, portanto.
A vida que imaginei não passa por viver ad eternum em casa da mãe, nem depender financeiramente dela. Sonhei com outras coisas. Com uma casa minha, com um emprego, com uma independência conquistada e irreversível. Essa vida que sonhei, que me parece tão distante e utópica, não é mais do que um direito de qualquer ser humano. Não é um capricho, não tem de ser um luxo, como tantos nos querem fazer acreditar.
A vida que imaginei, parece-me agora extravagante. Formar-me na área de que gosto, dar o melhor de mim a essa área, ser recompensado (monetariamente e não só) por isso, adquirir, aos poucos, independência financeira, progredir, ter uma casa, família, dedicar-me ao que me faz feliz, ao que amo. Parece simples, mas não é. Pelo menos para mim não tem sido.
Não tenho emprego, nem "um trabalho qualquer", não tenho meios para sobreviver sozinho, tenho cada vez menos confiança em mim, duvido cada vez mais das minhas capacidades. Afinal não sirvo para coisa nenhuma. Para um supermercado tenho habilitações a mais, como licenciado não precisam de mim. É complicado.
Sinto-me cada vez mais perdido. A "vida boa" já não é sequer vida. É uma sucessão de dias, uns atrás dos outros, sem grandes expectativas, porque cansa sair sempre derrotado, sem grandes sonhos, porque para sonhar é preciso acreditar, e eu acredito cada vez menos.
História da Arte é só "algo muito giro", ou que "deve ser muito interessante", não passa disso. Em Portugal, não passa disso. E eu caio na realidade sempre que envio um currículo e não obtenho resposta, ou me respondem dizendo "não, obrigado”.
É óbvio, que rapidamente qualquer pessoa na minha situação, ligada às artes e à cultura ou de uma outra área desacreditada, percebe que tem de se virar para outro lado. Somos muitos na mesma situação, não vale a pena acharmos que somos casos isolados, os desgraçados, os únicos tristes. Somos imensos, e isso é ainda mais preocupante. Bem, como eu dizia, depressa nos apercebemos que a missão Emprego na área em que me formei é uma causa perdida e enveredamos na missão Emprego num sitio qualquer, afinal as necessidade básicas do ser humano, obrigam-nos a isso, a trabalhar para ter dinheiro que, quer queiramos quer não, no nosso Mundo, é um bem extremamente necessário.
Uns, tal como eu, têm a "sorte" de viverem em casa dos pais, ou seja, de não terem despesas com alojamento e alimentação. Segundo alguns, não nos podemos queixar. Temos cama, comida e roupa lavada, uma vida de sonho, portanto.
A vida que imaginei não passa por viver ad eternum em casa da mãe, nem depender financeiramente dela. Sonhei com outras coisas. Com uma casa minha, com um emprego, com uma independência conquistada e irreversível. Essa vida que sonhei, que me parece tão distante e utópica, não é mais do que um direito de qualquer ser humano. Não é um capricho, não tem de ser um luxo, como tantos nos querem fazer acreditar.
A vida que imaginei, parece-me agora extravagante. Formar-me na área de que gosto, dar o melhor de mim a essa área, ser recompensado (monetariamente e não só) por isso, adquirir, aos poucos, independência financeira, progredir, ter uma casa, família, dedicar-me ao que me faz feliz, ao que amo. Parece simples, mas não é. Pelo menos para mim não tem sido.
Não tenho emprego, nem "um trabalho qualquer", não tenho meios para sobreviver sozinho, tenho cada vez menos confiança em mim, duvido cada vez mais das minhas capacidades. Afinal não sirvo para coisa nenhuma. Para um supermercado tenho habilitações a mais, como licenciado não precisam de mim. É complicado.
Sinto-me cada vez mais perdido. A "vida boa" já não é sequer vida. É uma sucessão de dias, uns atrás dos outros, sem grandes expectativas, porque cansa sair sempre derrotado, sem grandes sonhos, porque para sonhar é preciso acreditar, e eu acredito cada vez menos.
Desempregado à força
Para começar logo em grande este blog decidi por algo mais sério
e actual, espero que gostem. Isto sinceramente é uma coisa que me revolta um
pouco pois não consigo ver um futuro risonho para mim!
Até hoje a humanidade ainda não conheceu nenhum sistema social, político
e económico que possa ser apelidado de justo... Desde os tempos mais remotos
que a posse dos meios de produção e da força para os defender, foi o factor
decisivo na "evolução" das sociedades.A propriedade privada e a exploração dos não proprietários constitui ainda a única forma de enriquecimento, versus empobrecimento de alguém...Este processo inicialmente suportado pela escravatura, adoptou formas mais ou menos
As sociedades no seu processo "evolutivo", face ao aumento da população e dos assalariados, bem como à escassez de recursos considerados livres, associando esta nova realidade ao fenómeno do alvorecer das ditas sociedades democráticas, geraram novos valores éticos e morais á cerca das Pessoas e dos seus Direitos Fundamentais. Assim sendo, os códigos laborais e as constituições dos estados ditos democráticos, criaram um conjunto vasto de normas de protecção dos detentores da força de trabalho, seja manual ou intelectual. Todavia, o objectivo de maximizar o lucro dos empresários, escudados por grandes organizações empresariais, algumas multinacionais, adoptando critérios económicos novos, tais como competitividade, mercado e outros tidos como ratios divinos, integrados numa conjuntura em que a existência de dois exércitos de desempregados, sendo um o exército activo e o outro de reserva, tornaram os trabalhadores mais frágeis, violando quase todos os direitos conquistados com os regimes ditos democráticos... Adoptando políticas neo-liberais o estado deixou de intervir na relação entre as entidades patronais e os trabalhadores, tornando-se cúmplice desta nova era a que poderemos denominar NOVA ESCRAVATURA, na qual os trabalhadores regateiam por um salário mais baixo, de forma a garantir o posto de trabalho e, consequentemente a sua sobrevivência. Posto tais factos, os desempregados continuam a aumentar e o estado permite tal situação pois um desempregado que quer trabalhar depara-se com situações burocráticas na hora de ser feita uma contratação. Os Centros de Emprego que outrora queriam ajudar a empregabilidade nesta nova era apenas querem úmeros inscritos para estatísticas. E o desempregado simplesmente se mantém no desemprego aumentando assim o grau de pobreza do país. Haja paciência!
Bem vindos!
Ora bem… a pedido muitas pessoas cá estou eu novamente com
mais blog. Desta vez não é apenas um blog, não vai ser só mais um no meio de
muitos. Vai ser um sítio onde se vai poder ler muitos desabafos, devaneios,
pensamentos e muita loucura. Quero que, nas minhas palavras exista alguém que
se possa identificar, quero partilhar com vocês tudo o que penso, vejo ou
vivencio.
Obrigado a todos e uma boa estadia no meu blog!
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